Restaurante Pinóquio
Há locais que independentemente do que se fale deles (ou de que não se fale) mantêm a casa sempre bem composta, quer faça chuva ou faça sol. Estar bem localizado é meio caminho andado, mas isso só por si não basta. Deve haver algo mais: a qualidade percepcionada pelos seus clientes e o atendimento familiar são boas possibilidades. Há cerca de 15 anos, quando trabalhava nos Restauradores, ser convidado pelos responsáveis da empresa para almoçar no Pinóquio significava que algo corria bem e que o trabalho feito era reconhecido. Desses tempos lembro-me de haver sempre um peixe assado no forno (provavelmente, pargo) que recordava o de casa dos meus pais; das gambas cozidas cheias de sal; do pica-pau (já lá vamos) e da garrafa de Cardhu cheia de piri-piri. Apesar de há muito ter deixado de trabalhar na zona, ainda por ali passo com frequência. No entanto, até há dois meses atrás não mais tinha voltado ao Pinóquio (ou ao Sancho, ou às Velhas, outros restaurantes da zona, onde a empresa nos deixava compensar das noitadas de trabalho). Por isso foi agradável recordar alguns momentos passados naquela casa, que deve o nome a uma loja de brinquedos que funcionou nesse local até uns fanáticos pelo Sporting a terem comprado no início dos anos 80. As paredes mantêm-se verdes e o chão de linóleo. Os poucos benfiquistas que por lá andavam foram saindo e o verde leonino passou dominar as hostes por completo (o que há partida não indiciaria nada de bom). Felizmente a febre clubista não se reflecte na ementa, embora um brócolo ou outro se veja por ali. As gambas da costa (66€/kg) continuam bastante recomendáveis e cobertas de sal grosso. A amêijoa à bulhão pato (20.50€) é “da boa” e por isso não engana, embora preferisse que a mostarda estivesse menos presente na sua confecção e que o preço fosse mais em conta. Nos pratos principais o bife do lombo à pica-pau (18€) continua um must, com os pequenos nacos de carne, bem tratados (i.e: mal passados) na frigideira, na presença de alho e louro. A acompanhar, boas batatas fritas às rodelas, estaladiças e bem enxutas da fritura. Embora este prato fosse suficiente para dois, quis ainda experimentar o Arroz de pato à antiga (14.50€). Apresentado no mesmo tipo de frigideira do pica pau, este prato mais parecia uma paella do que o popular prato português. Feito com arroz de fabrico em série (daquele, sem personalidade mas que pode aguardar sem empapar) em vez do carolino, veio com tiras de pimento vermelho e com os pedaços de pato no topo. Satisfeitos e excessivamente bem nutridos – para a qual contribuiu o acompanhamento dumas imperiais bem tiradas –, chegámos à sobremesa. Aqui não resisti a ver desenformar um pudim flan (3.50€) de uma daquelas mini formas de infância, em alumínio. Pena que o pudim fosse borrachudo, provavelmente por excesso de cozedura. Também, dada a predominância sportinguista, alguma coisa de ruim tinha que existir, já que a turma de auxiliares de Paulo Bento foi irrepreensível no serviço – no estilo “à vontade mas não à vontadinha” de equilíbrio tão difícil na nossa restauração. Este é um daqueles sítios que esperemos que se mantenha com estas características por muito mais tempo. É que se a qualidade se mantiver não será necessário grandes toques de modernidade para sucesso se conserve. Oxalá. (preço médio por refeição, 30€)
Publicado originalmente no jornal OJE (http://www.oje.pt/) em 10 de Setembro 2008
Contactos: Praça dos Restauradores 79 - Lisboa
1250-188 LISBOA ; Telefone 213465106
quarta-feira, setembro 10, 2008
quarta-feira, setembro 03, 2008
Save Miguel (are you talking to me?)
Enquanto por cá, no Oje, o critico de vinhos Rui Falcão levanta a questão do saca-rolhas poder vir a estar em extinção - devido ao crescimento do uso de vedantes sintéticos em detrimento da rolha de cortiça -, na Austrália, a Corticeira Amorim lançou uma campanha para tentar salvar o Miguel. E quem é este Miguel?
( o texto do Rui Falcão vem hoje publicado no jornal. A campanha “Save Miguel” tem vindo a ser disseminada via marketing viral, numa estratégia muito interessante que passa pelo o uso das novas tecnologias para fazer passar a mensagem)
( o texto do Rui Falcão vem hoje publicado no jornal. A campanha “Save Miguel” tem vindo a ser disseminada via marketing viral, numa estratégia muito interessante que passa pelo o uso das novas tecnologias para fazer passar a mensagem)
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